terça-feira, 3 de agosto de 2021

Pós apocalíptico



Só me ocorrem lugares comuns... O fim do mundo chegou e não foi dramático como nos filmes de holiwood. Neste aspecto foi uma desilusão total. Querem ver mais um lugar comum? Os super heróis, neste fim do mundo em particular, foram todos os que ficaram em casa o máximo possível,
evitaram contactos desnecessários e, valha nos algo decente, usavam máscara. A única atitude comum com os filmes foram as máscaras. E ainda assim foi a mais contestada. Pessoalmente confesso que máscara e óculos escuros na rua são a capa de invisibilidade perfeita e vou ter saudades de andar disfarçada. Só a tiro quando não está ninguém por perto e quando alguém se aproxima, pumba, transformo me em super herói que esconde a sua verdadeira identidade. Curiosamente não gosto do carnaval. Mas gosto deste disfarce... Manias. 

Desengane se quem pensar que vou tomar posições, defender factos ou narrativas em relação a qualquer tema que envolva esta pandemia e as consequências sociais, económicas, financeiras e pessoais. Tenho opiniao mas não a partilho. Eu faço o que a minha consciência dita. Até porque é com ela que me deito a dormir todos os dias. Os outros fazem o que bem entenderam. 

Caramba, tanto lugar comum. Querem ver mais um? 

Raios parta este último ano e meio! Adoro estar em casa mas calma que isto foi demais. Andei a arrastar me entre tele escola e birras. Transformei me numa expert em tantrum management lá em casa e em fazer pausas para não atirar ninguém pela janela (incluindo eu própria). Pequeno almoço, almoço, jantar, deitar. Rise and repeat. Sem fim à vista durante demasiado tempo. Toda a instabilidade do esperar para ver. Não há ciência que nos valha (e muito menos política) quando anda toda a gente às apalpadelas  a ver o que resulta e o que não resulta. Mesmo depois dessa fase nada melhorou realmente. Andámos todos (excepto alguns afortunados... E não conheço nenhum) a lutar para manter à tona alguma dignidade e sanidade mental e muitos de nós entraram em colapso. Confesso que nessa fase sempre que lia ou ouvia a expressão badalada do vai ficar tudo bem, só me apetecia partir qualquer coisa. Brinquei inúmeras vezes que estávamos todos com ptsd sem termos passado por nenhum evento verdadeiramente traumático. Só que passámos. Cada um de nós viveu e reagiu aos acontecimentos na sua forma pessoal mas não conheço ninguém que se tenha mantido absolutamente estável e tranquilo neste último ano e meio. Nem todos colapsaram, mas muitos de nós tivemos momentos muito maus.

Neste momento começa se de novo a conseguir respirar. Não porque já podemos começar a colocar as máscaras menos vezes, nem porque, vacinados ou não, as probabilidades de apanhar este vírus começam finalmente a diminuir. Começamos a conseguir respirar porque começamos finalmente a caminhar para uma estabilidade. Começamos a perceber que o novo normal está finalmente a estabilizar e a fazer algum sentido. Pelo menos é o que sinto.

Posto isso, após a muita palha habitual em que escrevo muito mas não digo assim tanto, aqui vai a informação que vos deve efectivamente interessar. 

Estou a atender outra vez. Desta vez em part time. Após um enorme intervalo em que tive empregos considerados normais mas miseravelmente pagos, volto a ser acompanhante com anúncio no Doce Massagem. Para já com as mesmas fotos (não estou assim tão diferente). E com a mesma postura. 

Contacto 969 247 947

O contacto antigo ainda funciona e vai ficar activo mais algum tempo.

Há mais algumas pequenas alterações mas nada de relevante. Uma delas é que as marcações com pessoas que não conheço ou que mudaram de número têm de ser feitas por chamada ou avisadas por whatsapp.

Não envio mensagens nem retorno chamadas. As marcações são preferencialmente feitas por whatsapp mas novos clientes têm de, mesmo após esse contacto, ligar para falarmos. 

Não me canso de explicar que quem está deste lado não tem muitas formas de se defender ou precaver situações incómodas. Estas estratégias que a vocês podem parecer complicadas e desnecessárias têm sido uma mais valia para me manter em segurança. Quem não o aceita... Pois que não sou a única nem a melhor acompanhante da freguesia. Quem o percebe e aceita é muito bem vindo!

Os valores são 

Massagem+Body Massage com ou sem convívio 

30 a 45m - 80 euros

45 a 60m - 100 euros

Os tempos não são fixos e há sempre tolerância de alguns minutos. 

As marcações são feitas com antecedência, preferencialmente no dia anterior. 

Perto do campo pequeno, no sítio do costume. 

Bem Vindos!!

Em nota de rodapé deixo a publicidade ao pseudo documentário a passar na Netflix, Death to 2020. Ilustra bem todo o nonsense dos últimos tempos com uma pitada de humor brilhante ocasional. Até porque mais vale rir que chorar. 


quarta-feira, 4 de março de 2020

Condições de Atendimento


O ano novo já lá vai mas passou tanto tempo desde que aqui vim partilhar alguma coisa que posso atrever-me a dizer... Bom Ano Novo!!

Após alguns meses sem anúncio voltei a marcar presença online no Doce Massagem. As fotografias são as mesmas para já.

Para as pessoas que me visitam neste espaço virtual pela primeira vez, peço alguma paciência. Leiam este post e o primeiro do blog. A pessoa que sou não mudou assim tanto ao longo destes 3 anos e, apesar de saber que mais de metade das pessoas que passam os olhos no blog não querem saber da pessoa que sou para nada, garanto que a qualidade de atendimento aumenta exponencialmente quando a massagista/acompanhante sente que é olhada como pessoa e não como um saco de carne com buracos.

As marcações continuam a ser difíceis. Peço desculpas por isso. Não é por me armar em difícil ou por desrespeito por ninguém. É porque, apesar de depender financeiramente desta actividade, tenho outras obrigações e não consigo estar sempre disponível.

Pronto :) sem mais explicações, justificações e outros "ões" aqui ficam as condições!

Ahhh.... Ia me esquecendo:
Sejam muito bem vindos! 


Onde

O atendimento é feito num apartamento privado, discreto, em Lisboa, perto do Campo Pequeno. A morada completa e indicações necessárias são fornecidas no momento da marcação.
O quarto é confortável e tem ao vosso dispor água, café e chocolates (quando não os como todos. O gabinete tem duche no quarto que é  limpo e desinfectado entre cada cliente.
Todos os clientes têm ao seu dispor: toalhas lavadas, gel duche sem cheiro, champô, desodorizante, gel para o cabelo, toalhetes e elixir bucal. 

Quando:

De segunda a sexta entre as 9h e as 17h.
Ocasionalmente até às 21h e alguns fins de semana.

Quem:

Atendo homens, mulheres e casais.
Sou bissexual activa com as mulheres, desde que sejam cumpridas todas as normas de higiene.
Casais ou mulheres que pretendam uma primeira experiência com outra mulher é aconselhado a optarem por uma Massagem+Convívio para criar momentos de maior sensualidade e intimidade. 

Quanto:


Massagem+Body Massage+Convívio ou só Convívio
30 a 45 minutos - 80€
45 a 60 minutos - 100€


Casais - 150€ (independentemente de o homem só assistir ou participar)


*A massagem é profissional e executada com pressão e conhecimentos de anatomo-fisiologia, com o cliente deitado de barriga para baixo.

A Body Massage é onde é trabalhada a sensualidade e a provocação, onde o ambiente começa a aquecer realmente. A ideia é ir deslizando todo o meu corpo nas zonas mais erógenas do(a) cliente, antes de lhe ser pedido para se virar de barriga para cima. A Body Massage é continuada mais um pouco e depois é feita uma descompressão que começa com manual.

A descompressão manual é feita com óleo aquecido (assim como toda a massagem) e inodoro. É iniciado de forma lenta termina com técnicas do Tantra. A descompressão oral é feita ao natural, sempre que estejam reunidas Todas as condições de higiene mas nunca até ao fim.

Todas as condições de higiene é traduzido por o cliente estar bem lavado, sem cheiros, nem sinais evidentes de doenças (verrugas, corrimento de cor ou cheiro estranhos, entre outros) e eu não ter nenhuma pequena ferida na boca. Pode acontecer durante a escovagem dos dentes e dos cuidados de higiene oral de rotina haver pequenas agressões às gengivas que colocam em risco a saúde e bem estar de ambos durante o sexo oral. Peço a vossa total compreensão e respeito por este assunto.



Como:

Telemóvel - 969 247 947

Para quem tem o meu contacto antigo peço que gravem o novo :) 

As marcações são feitas por telefone. Como sou eu que atendo o meu, é possível sentirem algumas dificuldades em me contactar. Podem sempre enviar mensagem que respondo de volta, logo que possível e se assim o desejar.
Nunca ligo a nenhum cliente ou envio mensagens sem o consentimento prévio do cliente. A descrição e confidencialidade são um dos pontos mais importantes no meu trabalho. É uma questão de respeito pelos clientes, respectivas famílias e de respeito por mim e pela minha família.
Todos os assuntos pessoais ou do foro intimo de ambos não é nunca exposto nem comentado, fora do quarto.



O meu convívio é um momento de intimidade... é a amante, a namorada, o engate no bar depois do flirt. É um momento quente e intenso e honesto, sem preconceitos, nem fingimentos, onde tudo é permitido, dentro dos limites de ambos.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Prazer no Feminino


Modelo em 3D de um clitóris, à escala real

Participo num fórum sobre acompanhantes e um dos participantes colocou um link de um artigo sobre sexualidade feminina. A resposta que dei no fórum é um apanhado do que penso sobre isso. Quando a reli percebi que é, para além de um tópico cada vez mais relevante, um contributo para ajudar a desfazer mitos e tabus.

Aconselho a lerem o link que deu origem à publicação. Vale a pena e é um apanhado do que algumas mulheres fazem para mudar mentalidades.

https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2018/nov/25/the-pleasure-revolution-what-women-really-want-sex

Segue a resposta:

Falo tanto deste tema...
As questões por detrás da falta de interesse no prazer feminino são imensas. A falta de interesse da comunidade científica é aflitiva e não ajuda a mudar mentalidades. Reflecte-se na sociedade e nos indivíduos. 

As mulheres não nascem ensinadas e, pior, é lhes incutido desde cedo que é quase obrigatório terem prazer simplesmente com a penetraçao. Ou ainda pior, que é suposto terem prazer como as atrizes porno têm, com as mesmas práticas que vêm na pornografia.
Ninguém lhes ensina que a masturbação e exploração do seu corpo é fundamental na construção do seu prazer na sexualidade. 
Pior que tudo...nao ensinando as mulheres acaba por passar a ideia que o homem é o responsável pelo prazer da mulher.... 

Tutfran Escreveu:
A minha versão tl:dr é não sejas uma besta, e tem uma mente aberta para novas experiencias


Ser ou não ser uma besta, não é a questão. A questão é o conhecimento que se tem sobre sexualidade e prazer da mulher. 
Tutfran, assumo que o teu comentário se dirige aos homens... Mas os homens não são os responsáveis pelo prazer da mulher... Ajudam ao contexto mas não são os responsaveis. 
É óbvio que ser uma besta não ajuda. Mas não ser também não resolve... 

A grande maioria das mulheres não conhece o seu corpo, não explora o seu prazer, não se masturba. Não o sabe fazer e ninguém fala sobre isso. E ninguém ensina os homens que a mulher precisa de tempo e exploração. 

Ambos sentem culpa e vergonha. O homem porque se sente responsável sem o ser, a mulher porque se sente frustrada, diferente e menos mulher. Como se a sociedade já não lhe desse padrões suficientes para nunca se conseguir sentir mulher suficiente. 

Acabam ambos a sentir raiva... E ambos a demonstram de forma diferente. A do homem é bastante visível nalguns dos tds deste fórum.... 
A da mulher transforma se em frieza e distanciamento em relação à sexualidade e ao prazer... Soa familiar? Descrições destas também não faltam por aqui.... 

E uma das principais razões para os homens casados frequentarem acompanhantes? Porque é o que conhecem em casa. A distância, a falta de interesse, as dores de cabeça... Tudo reflexo da falta de conhecimento sobre o seu próprio prazer. Juntem isso à impaciência e desconhecimento do homem sobre sexualidade e prazer feminino e, voila. 

"Most men never even consider what their masculinity is based on, which is the frightening thing. All masculinity, when we look at it from a historical point of view, is to dominate women.”

Juntem mais esta ao caldeirão e temos a sopa que temos que é muito pouco saborosa, na maioria dos casos. 

E sejamos sinceros. Por muito fofinha, querida e interessante que possa ser em gabinete, a principal razão de ter tantos clientes é porque tenho plena noção do meu corpo e do meu prazer. É porque assumi à anos que o meu prazer era meu  e não dependia do homem ou mulher que estava comigo. É porque me conheço, me explorei, fiz essa aprendizagem com tempo e paciência. Porque faço questão de ter sempre prazer e de ter sempre, pelo menos, um orgasmo.

Aprendi sozinha porque sou teimosa e inconformada. Mas é cada vez mais ridículo que estas noções básicas de prazer não sejam do conhecimento comum e não é justo, para homens e mulheres, terem de aprender sozinhos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Head in the sand?




Como é que se deixa de ser acompanhante?
Não me estou a referir ao deixar de oferecer intimidade e bom sexo em troca de um valor predefinido.
Estou a pensar em como é que será que se lida mental e emocionalmente com isso, nesta sociedade. Como é que se volta a ter intimidade duradoura com alguém? Enfiamos a cabeça na areia e fingimos que não sabemos o que aprendemos em relação à natureza humana e à sexualidade masculina? Apaixonamo-nos, construímos e acreditamos mesmo que aquele homem não vai ser como a maioria dos que nos visitam? Que não vai ter uma vida oculta onde procura a variedade e as novas experiências?
E nós? Mentimos? Ocultamos? Fazemos mesmo de conta que aqueles meses ou anos não existiram?
Como é que se faz? Fica um ratinho lá dentro a roer, a sofrer, a perceber que não sendo mais aberta a novas experiências e a pequenas loucuras, o homem vai mesmo fazê-las sem nós?

Comentei um destes dias em gabinete que não tenciono contar a futuros relacionamentos este período da minha história de vida. Não acredito que conheça alguém com a abertura de espírito para aceitar isso como apenas um percurso de vida diferente, onde se fizeram aprendizagens.

Imagine-se:
- Amor, estive durante alguns anos a fazer trabalho voluntário em África e na América do Sul.
- Fantástico, amor! Deves ter passado por experiências incríveis! Queres contar me algum momento especial?

A alternativa:
- Amor, estive durante alguns anos a trabalhar como acompanhante, em Lisboa. Aprendi imenso sobre a natureza humana e sobre as pessoas.
-...

Não me parece que tivesse um desfecho à filme, onde os protagonistas se abraçam e caminham, felizes, em direcção ao pôr do sol

A outra alternativa é não dizer nada sobre esses anos perdidos no éter da sociedade, chegar um belo dia a casa e dizer:
- Amor, estive a pensar e acho que, por muito que nos amemos, precisamos ambos de variedade e de sair da rotina. Queres fazê-lo em conjunto? Eu preferia, mas se não te sentires à vontade podemos sempre faze-lo separadamente. O que achas?
-...


Acabaram-se as alternativas deste lado... Não consigo conceber enfiar a cabeça na areia e fazer de conta que vou ser a mulher tranquila, que finge aceitar que, o que não sabe, não a afecta. Que finge não saber que o homem, por muito que goste e queira construir, não deixa de ser homem. Que finge não ter necessidades dela própria.
É que já não preciso de assegurar que alguém me ajude a cuidar dos meus filhos. Já o fiz.
Não preciso de compromissos nem de relacionamentos assentes em pressupostos que servem o lar e os filhos, mas não servem o casal.

É óbvio que ainda nada disto se passou, mas tenho imensa curiosadade em saber como é que outras mulheres lidaram com estas questões.
E tenho imensa curiosidade em perceber qual o formato que vou inventar, para lidar com isso.